Segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os países com epidemia concentrada (quando o número de casos, novos ou antigos, em qualquer população de risco é maior que 5%, mas menor que 5% nas populações que não apresentam condutas de risco). Os números
Quem se contaminou conta que, além da reação muitas vezes negativa da família, é preciso lidar ainda com a incredulidade do próprio médico. "O médico me perguntou se foi transfusão de sangue. Minha filha, então, ficou muito revoltada comigo", comenta a aposentada C. S. S., de 60 anos, que se infectou com um parceiro há cinco anos, depois que o marido morreu. "Eu namorei e achava que não precisava me cuidar porque estava velha.” relata.
A aposentada B. P., de 59 anos, também enfrentou o espanto da família quando descobriu a doença, após a morte do marido por HIV. "Meu filho falou: 'Me choca mais a senhora ser sexualmente ativa do que estar com a doença'", conta ela, que se dedica a fazer palestras e orientar mulheres na mesma condição. "Nós somos da geração de mulheres que se casaram virgens, nos casamos com um príncipe encantado. Agora, descobrimos que ele transmitiu a doença para nós. E de repente nos vemos com HIV. É absolutamente cruel", conta ela, casada novamente, com um homem sem o vírus. "Temos de redescobrir o prazer e aprender a usar camisinha. Mas é uma mudança social.", diz. B. P. ainda critica a falta de políticas para a prevenção da doença entre os idosos. "A AIDS não começou com cara de velho, com cara de mulher. Somos velhos e ficamos relegados a último plano", afirma. "A gente tem que falar que a doença existe e qualquer um pode pegar. Não pode a esta altura da vida, com tudo isso que a gente passa, ainda ficar com vergonha e desistir. Tem de ajudar para que não aconteça com outros", resume C. S. S.. Em Varginha, a situação é igualmente preocupante, entre os anos de 2000 e 2007, 29 casos foram confirmados “este número pode ser o triplo porque nem todas as pessoas fazem o teste para a confirmação” diz Roseana Souza Silva, Coordenadora de DST AIDS da Secretaria de saúde de Varginha. Os indicadores de mortalidade por AIDS sofreram alterações acentuadas com o advento da terapia anti-retroviral combinada, em países em que a disponibilidade desses medicamentos é gratuita, como no Brasil. Ainda sem cura, a AIDS hoje tem tratamento e traz novos desafios para as pessoas infectadas pelo HIV. “Usar preservativo e levar a sério o tratamento é uma prática que pode aumentar em até 20 anos a expectativa de uma pessoa soro positiva, que pode viver sem limitações” informa Roseane. E para escapar da AIDS não importa raça, idade, sexo e nem credo, as opções são a abstinência sexual, a fidelidade ou o uso de preservativos.
A AIDS é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV. Esta sigla é proveniente do inglês - Human Immunodeficiency Virus. Também do inglês deriva a sigla AIDS, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Síndrome
Grupo de sinais e sintomas que, uma vez considerados em conjunto, caracterizam uma doença.
Imunodeficiência
Inabilidade do sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos invasores, tais como: vírus, bactérias, protozoários e outros.
Adquirida
Não é congênita como no caso de outras imunodeficiências. A AIDS não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).
O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, ou seja, que surgem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido. Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era quase uma sentença de morte. Atualmente, porém, já pode ser considerada uma doença crônica. Isto significa que uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. Deve-se, também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde. Todos estes fatores possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade.
Fonte: Ministério da Saúde
Informe-se: www.aids.gov.br ou 3690 2246