domingo, 24 de agosto de 2008

Empresa x Imprensa

Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, o trabalho do jornalista não é simplesmente contar histórias. O direito à informação está previsto na Constituição Federal e visa um melhor entendimento da própria vida e cotidiano do cidadão. Estar na mídia não significa ser melhor do que ninguém, significa ter alguma informação importante para compartilhar e isso não resulta em obrigações de nenhum lado, afinal um gera notícia e o outro precisa dela para o sustento do trabalho.

As empresas estão no mesmo patamar, elas geram notícia pelo simples fato de existir. Boas ou más para elas próprias, para o setor ou para o público, dependendo do ponto de vista, as notícias bem comunicadas formam a imagem da empresa. Para que uma organização esteja em dia com a comunicação e estreite os laços com a mídia, é preciso otimizar o setor de Comunicação com uma Assessoria de Imprensa capacitada e focada no que é de interesse público para minimizar as distâncias entre empresa/cliente e os jornalistas.

O desenvolvimento deste trabalho visa ainda o fortalecimento da imagem institucional da empresa, a veiculação de informações de caráter jornalístico de interesse para a comunidade em geral ou para públicos especializados. O suporte e o reforço às campanhas publicitárias, institucionais e planos de marketing das empresas são características deste serviço pouco difundido entre as empresas de médio e pequeno porte; mas o despreparo e o “nada a declarar” de empresários cujas organizações cometem erros prejudiciais à sociedade e não esclarece causas e propostas de soluções, pode caracterizar descaso e resultar até na falência da empresa a médio prazo.

A Assessoria de Imprensa é a responsável também pela divulgação das atividades da empresa/cliente junto aos diversos públicos, internos e/ou externos, através dos diferentes veículos de comunicação; e pode ser desempenhado por profissionais da Comunicação Social como jornalistas, publicitários e relações públicas, cada um com uma característica específica.

Ao traçar um Plano de Divulgação diversos recursos e procedimentos são utilizados misturando um pouco cada uma das formações citadas; a agenda de visitas, criação de pautas, seleção de mailing diferenciado, press releases, press kits, produção de material fotográfico, reuniões periódicas para atualização das informações, coleta de novos dados e a organização e preparação de pessoal para entrevistas coletivas são alguns deles.

A Assessoria de Imprensa, aliada a um departamento de marketing, executa estas ações que serão responsáveis pela criação de uma imagem favorável da empresa fortalecendo sua representatividade, conquistando o respeito dos formadores de opinião. Essa atitude pode fazer da empresa uma fonte de informação requisitada e respeitada por jornalistas e pelo público, que afinal é quem manda.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Comunicação: base para a consolidação de uma marca

Sociedade e empresas passam por um período de rara complexidade. O impacto da chamada Revolução da Informação já redesenha as empresas e o universo dos negócios, mas está apenas começando. A unificação da economia impulsionada por um desenvolvimento tecnológico constante e pelas comunicações, é uma realidade da qual não se pode escapar. A tecnologia, cada vez mais acessível em qualquer parte do planeta, costuma colocar as empresas num mesmo patamar, sem grandes diferenciais no que se refere às vantagens competitivas.
Companhias inovadoras lideram o mercado com suas criações, o que resulta em mudanças significativas no processo de produção. Em boa parte dos casos, o diferencial ainda é o preço. Mas quais serão as vantagens competitivas? As marcas agregam certos valores que não são medidos pelos custos, mas pelo que representam para o consumidor e são conseqüência de um trabalho estruturado de marketing e comunicação integrada, ou seja, uma comunicação entre os setores internos da empresa e com a comunidade na qual está inserida.
O consumidor - individual ou no contexto social - está cada vez mais exigente e consciente de que as grandes empresas, principalmente a partir da chamada globalização, adquiriram forças e participação em suas vidas. A constatação mais lógica é a de que a sociedade não mais encara a empresa como um mero fabricante de produto ou prestador de serviços que atende às suas necessidades imediatas e gera empregos. Ela questiona sobre a fabricação dos produtos; seus programas em prol da cultura, sociedade ou meio ambiente; as condições de trabalho de seus funcionários; prazos; preços; acessibilidade e uma infinidade de quesitos que pesam na hora da compra.
As empresas socialmente responsáveis têm valores incorporados à marca e aos produtos; ganham reputação, respeito social, clientes fiéis e têm melhor retorno financeiro. A atual comunicação empresarial deve ter a perspectiva dessas transformações, que remontam conceitos, filosofia e práticas. O desafio da comunicação empresarial é agregar esses valores à marca e aos produtos. Ela contribui para a eficácia organizacional e corporativa conciliando objetivos da empresa e expectativas dos públicos estratégicos. Criar e implantar uma política de comunicação é uma tarefa árdua – antes de tudo, e quase sempre, é preciso mudar mentalidades e a própria cultura da empresa, não apenas da alta direção, mas, principalmente, da média gerência. É preciso haver uma consciência de que a informação tem valor estratégico para empresa e faz parte do negócio. Com o marketing subordinado a outros departamentos, fica praticamente impossível administrar a comunicação de forma estratégica.
Antes, o consumidor dependia exclusivamente do trabalho da imprensa e das informações das empresas e, da forma com que um e outro trabalhava e selecionava e editava essa informação. Institutos de pesquisa e as próprias empresas aperfeiçoam mecanismos para aferir, de pronto, o comportamento, as preferências e expectativas do consumidor. Outras tecnologias permitem um contato mais estreito entre cliente, comerciantes e produtores.

sábado, 2 de agosto de 2008

Posicionamento pode dar mais resultados do que a mídia


Muito mais do que ponto de vista e sentidos provocados no consumidor, o Posicionamento deve trazer consigo a cultura da organização, as práticas que transformaram um simples objeto ou serviço em sucesso no mercado diante da concorrência.

Através de uma consistente marca - conseqüência do posicionamento acertado – o retorno dado pelos consumidores dará à empresa uma real perspectiva de como ela está sendo recebida pelo mercado. E assim ela terá a oportunidade de corrigir possíveis erros e desenvolver cada vez mais seus produtos e serviços.

A perfeição não é algo que existe no mundo dos negócios atualmente. A busca pelo produto dos sonhos já não é mais o objetivo dos grandes empresários. Oferecer ao consumidor o melhor serviço, elaborar estratégias que garantam vantagens sobre os concorrentes e deixar com que as ferramentas de Marketing demonstrem as facilidades e possibilidades para o reconhecimento do melhor Posicionamento para a empresa, o produto e principalmente a combinação entre eles.
Quando a organização possui produtos de sucesso não há motivos para duvidar das estratégias usadas para o Posicionamento dado, mas também podem ocorrer erros que direcionam o produto para consumidores “inesperados”. Empresas e marqueteiros podem errar ao posicionar seus produtos, sem realizar pesquisas ou então deixam estacionados os processos produtivos e criativos da organização. O melhor Posicionamento não é aquele que surge de repente, mas o que foi trabalhado, por meio de conhecimentos adquiridos com as informações de mercado, com o feedback do consumidor e com o desejo do profissional de Marketing em dar ao consumidor o melhor produto que sua empresa pode ofertar.

Fonte: www.administradores.com.br

sexta-feira, 14 de março de 2008

Café, o fruto dos deuses


A origem do café é atribuída a uma lenda do século III d.C. na qual um pastor de cabras, ficou ansioso por alguns animais não retornarem ao rebanho como de costume. Saiu para procurá-los e os encontrou saltitando próximos a um arbusto mastigando seus frutos, o que aparentemente resultou em uma energia nunca vista até então pelo pastor! Ao experimentar o belo frutinho, descobriu que aquela sensação também era possível para ele. Kaldi [o pastor] levou, o que chamou de "dádiva divina" a um mosteiro próximo dali, mas com a rejeição por parte dos monges que diziam que “o fruto era obra do demônio”, ele ateou fogo nas árvores. O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu todos os monges para descobrir o que estava causando aquele perfume e os grãos de café foram separados das cinzas e recolhidos. Encantado com o odor, o superior do mosteiro mudou de idéia e sugeriu que os grãos fossem esmagados na água para ver em que tipo de infusão resultaria e logo descobriram que o preparado os mantinha acordados durante as orações e períodos de meditação. As notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um monastério a outro e, assim, aos poucos por todo o mundo.

As evidências botânicas sugerem que a planta do café origina-se na Etiópia Central (onde ainda crescem vários milhares de pés acima do nível do mar). Ninguém parece saber exatamente quando o primeiro café foi tomado lá (ou em qualquer parte), mas os registros dizem que foi tomado em sua terra nativa em meados do século XV. Também cultivado no Iêmen (antiga Arábia), com a aprovação do governo, aproximadamente na mesma época, e pensa-se que talvez os persas levaram-no para a Etiópia no século VI d.C., período em que invadiram a região. À medida que a fama do café foi crescendo o grão se tornava popular e salas especiais em casas de fazendeiros foram reservadas para se tomar café, e casas comerciais especializadas começaram a aparecer nas cidades. A primeira foi aberta em Meca, no final do século XV e início do XVI e, embora originalmente fossem lugares de reuniões religiosas, esses amplos saguões onde os clientes se sentavam em esteiras de palha ou colchões sobre o chão, rapidamente tornaram-se centros de música, dança, jogos e conversas em locais em que se faziam negócios.

Sua popularidade espalhou-se por Cairo, Constantinopla e todas as partes do Oriente Médio, mas os muçulmanos devotos desaprovavam todas as bebidas tóxicas, incluindo o café, e consideravam as casas de café como uma ameaça à observância religiosa. Enquanto isso, comerciantes europeus da Holanda, Alemanha e Itália certamente estavam exportando grãos e, também, tentando introduzir a lavoura em suas colônias. Os holandeses foram os primeiros a iniciar o cultivo comercial no Sri Lanka, em 1658, e então em Java, em 1699, e por volta de 1706 eles estavam exportando o primeiro café de Java e estendendo a produção para outras partes da Indonésia. Em 1714, os holandeses bem-sucedidos presentearam Luís XIV da França com um pé de café que cresceu numa estufa em Versailles e quando deu frutos, as sementes foram espalhadas e as mudas foram levadas para o cultivo na ilha de Réunion, na época chamada de Ilha de Bourbon.

A chegada ao Brasil

Em 1727 os portugueses compreenderam que a terra do Brasil tinha todas as possibilidades que convinham à cafeicultura. Mas infelizmente eles não possuíam nem plantas nem grãos. O governo do Pará, encontrou um pretexto para enviar, um oficial a Guiana Francesa, com uma missão simples: pedir ao Governador M. d’Orvilliers algumas mudas. O Governador, seguindo ordens expressas do rei da França, não atendeu ao pedido. Quanto à Mme. d’Orvilliers, esposa do Governador da Guiana Francesa, não resistiu por muito tempo aos encantos do jovem tenente. Quando ele já regressava ao Brasil, Mme. d’Orvilliers enviou-lhe um ramo de flores onde, dissimuladas pela folhagem, se encontravam escondidas as sementes a partir das quais cresceria o poderoso império brasileiro do café.

Do Pará, para o Maranhão e, por volta de 1760, trazida para o Rio de Janeiro por João Alberto Castelo Branco, onde se espalhou pela Baixada Fluminense e posteriormente pelo Vale do Paraíba. O surto e incremento da produção do café foram favorecidos por uma série de fatores existentes à época da Independência. As culturas do açúcar e do algodão estavam em crise, batidas no mercado internacional pela produção das Antilhas e dos EUA; por isso, os fazendeiros precisavam encontrar outro produto de fácil colocação no mercado internacional. A decadência da mineração libertou mão-de-obra e recursos financeiros na região Centro-Sul (Minas Gerais e Rio de Janeiro, principalmente) que podiam ser aplicados em atividades mais lucrativas. No mundo, a produção brasileira foi favorecida pelo colapso dos cafezais de Java (devido a uma praga) e do Haiti (devido aos levantes de escravos e á revolução que tornou o país independente). Outros fatores decisivos foram a estabilização do comércio internacional depois do Tratado de Versalhes, 1815 e da expansão das demandas européia e americana por uma bebida barata.

A importância econômica do café refletiu-se na sua expansão geográfica. No início, difundiu-se pelo Vale do Paraíba (Rio de Janeiro e São Paulo), Sul de Minas e Espírito Santo. Depois, atingiu Campinas, no "Oeste Velho" de São Paulo; dali, para o chamado "Oeste Novo" (Ribeirão Preto e Araraquara) e passou, mais tarde, para as regiões de terra roxa do Norte do Paraná e Mato Grosso. Atualmente, as áreas de cultivo localizam-se nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Bahia. Após a grande geada de 1975, houve um deslocamento das principais zonas produtoras do Norte do Paraná para áreas de clima mais favorável, como o sul de Minas Gerais e o interior capixaba.

Na década de 1830/ 1840, o produto assumiu a liderança das exportações brasileiras, com mais de 40% do total; o Brasil tornou-se, em 1840, o maior produtor mundial de café. Na década 1870/ 1880, o café passou a representar até 56% do valor das exportações. Começou então o período áureo do chamado ciclo do café que durou até 1930; no final do séc. XIX, o café representava 65% do valor das exportações do país, chegando a 70% na década de 1920.

Contudo, a crise da Bolsa de Nova York (1929) forçou a queda brusca no preço internacional do café (que caiu,em 1930, para pouco mais que a metade de seu valor em 1928), que continuou em queda até menos de 40% em 1931, ficando nesses níveis baixos durante muitos anos: só em 1947 é que os preços voltaram aos níveis de 1928. Essa situação agravou a crise de superprodução do café, cujos primeiros sinais apareceram no início do séc. XX.

Para enfrentar essa crise, os governadores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro reuniram-se no chamado Convênio de Taubaté, que definiu uma política para a valorização do produto: os governos estaduais comprometeram-se a comprar toda a produção e usar os estoques como instrumentos para impedir quedas e oscilações no preço do produto, além de proibir novos plantios. O Convênio de Taubaté representou a primeira intervenção oficial em defesa do café. Nos anos seguintes, o governo federal também tomou iniciativas nesse sentido. Mais tarde, após a crise de superprodução mundial de 1957, os países produtores e os grandes consumidores criaram o Acordo Internacional do Café (1962), que estabeleceu quotas de exportação para os países-membros.

O chamado "ciclo do café" teve repercussões econômicas e sociais importantes no Brasil. A expansão da lavoura levou à ampliação das vias férreas, principalmente em São Paulo; os portos do Rio de Janeiro e de Santos foram modernizados para sua exportação; a necessidade de mão-de-obra trouxe imigrantes europeus, principalmente depois da Abolição dos escravos; o café foi o primeiro produto de exportação controlado principalmente por brasileiros, possibilitando o acúmulo de capitais no país. Em conseqüência, criou-se um mercado interno importante, principalmente no Centro-Sul, que foi o suporte para um desenvolvimento sem precedentes das atividades industriais, comerciais e financeiras. O café, sobretudo, consolidou a hegemonia política e econômica do Centro-Sul, transformando-o na região brasileira onde o desenvolvimento capitalista foi pioneiro e mais acentuado.

Fontes:
Grande Enciclopédia Larousse Cultural
CAFÉ - La Dolce Vita - Asa Editores Ltda.
Aroma de Café - Luiz Norberto Pascoal
Le Café - Anne Vantal

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Aids se alastra entre idosos


Ministério da Saúde, organizações não-governamentais e médicos alertam: as pessoas da terceira idade estão tendo relações sexuais sem prevenção e se contaminando com o vírus da AIDS.

Desde o aparecimento dos primeiros casos e a identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV), a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é um dos grandes problemas de saúde pública no mundo. Entre 1996 e 2006, houve um crescimento da epidemia em pessoas com 50 anos ou mais. O número passou de 7,2% para 17,1% dos infectados entre os homens e de 5,6 para 15,7% entre mulheres. Recentemente, o Ministério da Saúde incluiu os idosos entre os grupos que precisam de atenção especial quanto à prevenção por considerar esta, uma população que não está acostumada ao uso do preservativo e se sente imune aos riscos da contaminação, além de ter sido acostumada a assistir a propagandas voltadas apenas para a sexualidade dos jovens. "Nós temos agora uma preocupação muito maior com a AIDS em pessoas acima de 50 anos do que tínhamos antes, porque apareceram muitos casos novos. Pelas estatísticas, com o aumento da expectativa de vida, das oportunidades sociais e dos medicamentos para disfunção erétil, a tendência é que esses números aumentem", afirma Cristina Pimenta, consultora da Unidade de Prevenção do Programa Nacional de DST/AIDS. O uso do preservativo, com distribuição gratuita em programas voltados para a terceira idade, e a inclusão do teste de HIV nos procedimentos feitos nessa faixa etária - uma rotina que há mais de 20 anos, desde o início da epidemia, acaba sendo adotada de tempos em tempos para um grupo específico, considerado mais vulnerável no momento.

Segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está entre os países com epidemia concentrada (quando o número de casos, novos ou antigos, em qualquer população de risco é maior que 5%, mas menor que 5% nas populações que não apresentam condutas de risco). Os números em Minas Gerais vêm acompanhando as tendências nacionais e internacionais, sendo as mais significativas o crescimento dos casos entre mulheres e o número cada vez maior de pequenos municípios com casos notificados, o que em Minas, com mais de 600 municípios com menos de 20.000 habitantes, torna-se bastante relevante, e leva o vírus HIV a populações de poder aquisitivo menor, em comparação com a primeira década da epidemia. Portanto, hoje, a AIDS não se encontra restrita ou dominante em gênero ou orientação sexual, a nenhuma camada social, faixa etária ou a fatores demográficos, embora sua maior prevalência ainda se situe nos grandes centros, e em grupos mais vulneráveis, como homens que se relacionam sexualmente com homens e profissionais do sexo.

Quem se contaminou conta que, além da reação muitas vezes negativa da família, é preciso lidar ainda com a incredulidade do próprio médico. "O médico me perguntou se foi transfusão de sangue. Minha filha, então, ficou muito revoltada comigo", comenta a aposentada C. S. S., de 60 anos, que se infectou com um parceiro há cinco anos, depois que o marido morreu. "Eu namorei e achava que não precisava me cuidar porque estava velha.” relata.
A aposentada B. P., de 59 anos, também enfrentou o espanto da família quando descobriu a doença, após a morte do marido por HIV. "Meu filho falou: 'Me choca mais a senhora ser sexualmente ativa do que estar com a doença'", conta ela, que se dedica a fazer palestras e orientar mulheres na mesma condição. "Nós somos da geração de mulheres que se casaram virgens, nos casamos com um príncipe encantado. Agora, descobrimos que ele transmitiu a doença para nós. E de repente nos vemos com HIV. É absolutamente cruel", conta ela, casada novamente, com um homem sem o vírus. "Temos de redescobrir o prazer e aprender a usar camisinha. Mas é uma mudança social.", diz. B. P. ainda critica a falta de políticas para a prevenção da doença entre os idosos. "A AIDS não começou com cara de velho, com cara de mulher. Somos velhos e ficamos relegados a último plano", afirma. "A gente tem que falar que a doença existe e qualquer um pode pegar. Não pode a esta altura da vida, com tudo isso que a gente passa, ainda ficar com vergonha e desistir. Tem de ajudar para que não aconteça com outros", resume C. S. S.. Em Varginha, a situação é igualmente preocupante, entre os anos de 2000 e 2007, 29 casos foram confirmados “este número pode ser o triplo porque nem todas as pessoas fazem o teste para a confirmação” diz Roseana Souza Silva, Coordenadora de DST AIDS da Secretaria de saúde de Varginha. Os indicadores de mortalidade por AIDS sofreram alterações acentuadas com o advento da terapia anti-retroviral combinada, em países em que a disponibilidade desses medicamentos é gratuita, como no Brasil. Ainda sem cura, a AIDS hoje tem tratamento e traz novos desafios para as pessoas infectadas pelo HIV. “Usar preservativo e levar a sério o tratamento é uma prática que pode aumentar em até 20 anos a expectativa de uma pessoa soro positiva, que pode viver sem limitações” informa Roseane. E para escapar da AIDS não importa raça, idade, sexo e nem credo, as opções são a abstinência sexual, a fidelidade ou o uso de preservativos.

O que é AIDS?

A AIDS é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV. Esta sigla é proveniente do inglês - Human Immunodeficiency Virus. Também do inglês deriva a sigla AIDS, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Síndrome
Grupo de sinais e sintomas que, uma vez considerados em conjunto, caracterizam uma doença.
Imunodeficiência
Inabilidade do sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos invasores, tais como: vírus, bactérias, protozoários e outros.

Adquirida
Não é congênita como no caso de outras imunodeficiências. A AIDS não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).

O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, ou seja, que surgem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido. Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era quase uma sentença de morte. Atualmente, porém, já pode ser considerada uma doença crônica. Isto significa que uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes. Deve-se, também, à experiência obtida ao longo dos anos por profissionais de saúde. Todos estes fatores possibilitam aos portadores do vírus ter uma sobrevida cada vez maior e de melhor qualidade.

Fonte: Ministério da Saúde

Informe-se: www.aids.gov.br ou 3690 2246

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Consciência corporal e força em uma só modalidade

Ritmo, força e sensualidade chegam a Varginha com a “Dança do Queijo”.

O Pole Dancing - popularizada no Brasil como a dança do queijo - é hoje reconhecido como uma arte. Sua história data do século XII, quando era considerada uma forma de dança de fertilidade pagã. Originada na Inglaterra e popularizada na Europa, é característica em cabarets. No entanto existem inúmeras culturas que se dedicam a dançar às voltas de instrumentos verticais; o nome Mallakhamb consistia na prática do ioga num varão de madeira ou numa corda suspensa usados por lutadores para aumentar a força. O Pole Dancing é uma dança que incorpora movimentos giratórios e posições estáticas, posições invertidas e movimentos de dança.

Sucesso na novela das 9 da TV Globo, o Pole Dance chega a Varginha como um reforço das culturas européias e da libertação feminina, a Academia Mega Forma mal lançou a modalidade e já tem dificuldades com os horários. “Sabíamos que a procura seria grande, mas estamos surpresos com o número de interessados” diz Jaqueline Luz professora que vai ministrar as aulas. Especialista de dança há 20 anos, Jaqueline considera o Pole Dance como o reconhecimento do próprio corpo, capaz de aumentar a auto-estima e desenvolver a musculatura. “Trabalhamos muito flexibilidade, força muscular e consciência corporal.” diz. “Existem inúmeras combinações de movimentos, todos eles exigindo a manipulação do corpo entre acrobacias.” Complementa.
Outros movimentos, especificamente os movimentos invertidos requerem a fricção da pele contra o varão. Esta dança pode ser adaptada a qualquer estilo de música, dependendo dos passos, do modo como são executados e do ritmo utilizado na coreografia. “O elemento chave da execução perfeita de Pole Dancing está na combinação de uma forma elegante e graciosa de posições e movimentos acrobáticos com a interpretação musical” diz a professora. Como o Pole Dance não tem limites na sua criatividade cada bailarina estabelece e cria o seu próprio estilo.

Foto: Jéssica Luz

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cidadania

A qualidade de vida não existe sem o exercício constante da cidadania. Ser cidadão é ter direitos civis, participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é fazer valer os direitos civis, políticos e sociais, resultados de um longo processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos.

Cidadania não é uma definição estática, mas um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. É muito diferente ser cidadão na Alemanha, nos Estados Unidos ou no Brasil. Mesmo dentro de cada Estado-Nacional o conceito e a prática da cidadania vêm se alterando ao longo dos séculos. Isso ocorre tanto em relação a uma abertura do estatuto de cidadão para sua população, ao grau de participação política de diferentes grupos, quanto aos direitos sociais, à proteção social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam.

A aceleração do tempo histórico nos últimos séculos e a conseqüente rapidez das mudanças faz com que aquilo que num momento podia ser considerado subversão perigosa da ordem, no seguinte seja algo corriqueiro, “natural”. De fato, isso não pode ser considerado natural, mas social e às vezes até prejudicial. Sonhar com cidadania plena em uma sociedade pobre, em que o acesso aos bens e serviços é restrito, seria utópico. Contudo, os avanços da cidadania, têm a ver com a riqueza do país, mas a própria divisão de riquezas, depende também da luta e das reivindicações, da ação concreta dos indivíduos. Por isso, reclamar não resolve nem parte dos problemas, a solução para uma vida longa, produtiva e qualificada deve ter as respostas dentro de cada um, com seu histórico de vida, seu ambiente e sua força de vontade e determinação. A hora é de arregaçar as mangas e mostrar o poder da experiência para uma geração da qual somos responsáveis, a de nossos filhos e netos garantindo seu futuro mais seguro e satisfatório.