quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cidadania

A qualidade de vida não existe sem o exercício constante da cidadania. Ser cidadão é ter direitos civis, participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é fazer valer os direitos civis, políticos e sociais, resultados de um longo processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos.

Cidadania não é uma definição estática, mas um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. É muito diferente ser cidadão na Alemanha, nos Estados Unidos ou no Brasil. Mesmo dentro de cada Estado-Nacional o conceito e a prática da cidadania vêm se alterando ao longo dos séculos. Isso ocorre tanto em relação a uma abertura do estatuto de cidadão para sua população, ao grau de participação política de diferentes grupos, quanto aos direitos sociais, à proteção social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam.

A aceleração do tempo histórico nos últimos séculos e a conseqüente rapidez das mudanças faz com que aquilo que num momento podia ser considerado subversão perigosa da ordem, no seguinte seja algo corriqueiro, “natural”. De fato, isso não pode ser considerado natural, mas social e às vezes até prejudicial. Sonhar com cidadania plena em uma sociedade pobre, em que o acesso aos bens e serviços é restrito, seria utópico. Contudo, os avanços da cidadania, têm a ver com a riqueza do país, mas a própria divisão de riquezas, depende também da luta e das reivindicações, da ação concreta dos indivíduos. Por isso, reclamar não resolve nem parte dos problemas, a solução para uma vida longa, produtiva e qualificada deve ter as respostas dentro de cada um, com seu histórico de vida, seu ambiente e sua força de vontade e determinação. A hora é de arregaçar as mangas e mostrar o poder da experiência para uma geração da qual somos responsáveis, a de nossos filhos e netos garantindo seu futuro mais seguro e satisfatório.